ESG é a sigla em inglês para "environmental, social and governance" (ambiental, social e governança), geralmente usada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa.
Negócios que se comprometem com as melhores práticas de gestão acabam tendo uma operação mais sustentável em diversos aspectos, incluindo o econômico e na gestão de riscos, e como consequência, geram resultados melhores ao longo do tempo.
ESG pode ser usado para dizer quanto um negócio busca formas de minimizar seus impactos no meio ambiente, construir um mundo mais justo e responsável para as pessoas ao seu redor e a melhor forma de se administrar os seus processos.
Além disso, ESG também pode ser usado para investimentos com critérios de sustentabilidade. Em vez de analisar apenas índices financeiros, por exemplo, investidores também observam fatores ambientais, sociais e de governança de uma companhia.
A sigla apareceu pela primeira vez em um relatório de 2005 intitulado "Who Cares Wins" ("Ganha quem se importa"), numa iniciativa liderada pela Organização das Nações Unidas.
Mercado e Números
Na época, 20 instituições financeiras de 9 países diferentes, incluso Brasil, se reuniram para desenvolver diretrizes e recomendações sobre como incluir questões ambientais, sociais e de governança na gestão de ativos, serviços de corretagem de títulos e pesquisas relacionadas ao tema.
Hoje no mercado é possível identificar diferentes formas de se investir em ESG: seja por meio de Fundos de Fundos (FoF) - que direcionam parte de seu capital a ações sustentáveis, ou por meio de investimentos em renda fixa. Segundo a B3, no final do ano de 2020 havia 14 debêntures e seis Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRAs) - chegando à cifra de R$ 6 bilhões em investimentos ESG.
Assim como em outras categorias de investimentos, no mundo ESG também existe a possibilidade de se emitir títulos de dívida, os chamados Títulos Temáticos ESG, cujo objetivo é atrair capital para projetos que tenham um real e positivo impacto socioambiental. Esses títulos são divididos de acordo com as suas finalidades:
Títulos Verdes (Green Bonds): investimentos relacionados a energia renovável; prevenção e controle de poluição; conservação da biodiversidade etc.;
Títulos Sociais (Social Bonds): direcionado a projetos de geração de empregos, segurança alimentar, infraestrutura básica etc.;
Títulos de Sustentabilidade (Sustainability Bonds):
investimento em projetos que combinam ações "green" e "social" - socioambiental.
Além disso, empresas que têm como objetivo alcançar metas ESG podem emitir Títulos Vinculados à Sustentabilidade (Sustainability-Linked-Bonds), desde que tenha essas métricas de sucesso (KPIs) bem definidas. Exemplo:
- Atingir 100% de energia elétrica renovável até 2025;
- Reduzir em 30% as emissões de Gases do efeito estufa (GEE) até 2040.
Há frases em que devemos estar de olho também: "A empresa que menos polui em seu setor", "empresa que emite menos carbono no mundo"...
Exagerar na hora de divulgar os resultados e as práticas vinculadas a ESG pode configurar greenwashing (lavando verde).
Greenwashing é a prática de empresas que divulgam dados e informações falsas, ou suspeitas, sobre suas ações sustentáveis, em sua maioria, com a intenção de atrair os olhares dos investidores, já que essa é uma grande preocupação de quem investe.
Por essa falta de transparência que vem acontecendo, em maio deste ano foi criado na Europa o SFDR (Sustainable Finance Disclosure Regulation) - Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis.
Ele regulamenta a transparência na divulgação de dados sobre as práticas de ESG dentro das empresas e sobre seus investimentos.
O objetivo é impedir que notícias falsas, ou exageradas, sejam divulgadas ao mercado por meio de seus sites, material impresso ou até mesmo em seus relatórios periódicos. Além disso, os gestores desses fundos devem detalhar o as práticas que utilizam para serem tão sustentáveis.
Os selos verdes foram criados para conscientizar consumidores e fabricantes sobre o impacto ambiental que um produto ou serviço pode ter. Hoje existem aproximadamente 400 selos com apelo sustentável no mundo, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Mas, é preciso ficar atento à veracidade dessas certificações, já que a prática de greenwashing também pode ser observada na criação de selos que contam uma história que não é verdade. Veja os 10 principais selos oficiais, de acordo com o Idec:
Selo 100% (FSC): 100% da matéria-prima são de florestas bem-geridas;
Selo Reciclado (FSC): matéria-prima reciclada com garantia de floresta certificada;
Selo Misto (FSC): Pelo menos 70% da matéria-prima vem de florestas certificadas e 30% de madeira com origem controlada;
Selo de Produto (FSC): madeira vinda de florestas certificadas;
100% Comunitário (FSC): Selo social -- a matéria-prima vem de pequenos produtos e comunidades;
Selo Procel de Economia de Energia: Criado pelo Ministério de Minas e Energia em 1993, tem como objetivo incentivar a fabricação eletroeletrônicos que sejam mais eficientes, e logo economizem mais energia;
Selo IBD Orgânico: atende as normas do Mercado Comum Europeu, do Mercado Norte Americano, e aos setores da agricultura, pecuária, fibras, aquicultura, processamento, insumos, extrativismo, cosméticos, vinhos e produtos de limpeza;
Rótulo Ecológico (ABNT): atesta que os produtos tiveram baixo impacto ambiental no ar, água, solo e na saúde ao longo do seu ciclo de vida;
CCF Rabbit (Choose Cruelty-Free): atesta empresas que não testam seus produtos e serviços em animais. A ONG responsável pela certificação é australiana;
Rainforest Alliance Certified (Imaflora): indica que uma fazenda, floresta ou negócio turístico atende os padrões de sustentabilidade ambiental, social e econômico estabelecidos.
Fonte: Brasilagro
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